CoDAS
http://www.codas.periodikos.com.br/article/doi/10.1590/2317-1782/20202019209
CoDAS
Artigo Original

Diagnóstico de anquiloglossia em recém-nascidos: existe diferença em função do instrumento de avaliação?

Diagnosis of ankyloglossia in newborns: is there any difference related to the screening method?

Mariana do Rêgo Barros de Andrade Fraga, Kamila Azoubel Barreto, Thaís Christine Barbosa Lira, Valdenice Aparecida de Menezes

Downloads: 7
Views: 874

Resumo

Objetivo: Diagnosticar a anquiloglossia em recém-nascidos, comparando dois instrumentos de avaliação do frênulo lingual. Método: Tratou-se de um estudo transversal, realizado em Recife, PE, Brasil no ano de 2018, com 147 mães/recém-nascidos com idade de até 30 dias de vida. Foram utilizados o Instrumento Bristol Tongue Assessment Tool (BTAT) e o Protocolo de Avaliação do Frênulo da Língua para Bebês (“Teste da Linguinha”). Dados sociodemográficos também foram anotados. Para a comparação entre os dois métodos de diagnóstico da anquiloglossia, foi utilizado o teste de McNemar e foram obtidos o valor da concordância de Kappa e o respectivo intervalo de confiança. Resultados: A presença de anquiloglossia foi de 4,8%, quando diagnosticada por meio do BTAT, e de 17,0%, quando utilizado o “Teste da Linguinha”. Com relação ao sexo, 53,1% dos recém-nascidos eram do sexo masculino e 46,9% do sexo feminino; contudo, não houve associação entre a anquiloglossia e o sexo do recém-nascido nos dois métodos de avaliação. Conclusão: O diagnóstico da anquiloglossia em recém-nascidos variou em função do instrumento de avaliação utilizado.

Palavras-chave

Freio Lingual; Recém-nascido; Diagnóstico; Aleitamento materno; Prevalência

Abstract

Purpose: To diagnose ankyloglossia in newborns and compare two lingual frenulum assessment instruments. Methods: This cross-sectional study was carried out in Recife, Pernambuco, Brazil, in 2018, with 147 mothers/newborns aged up to 30 days. The Bristol Tongue Assessment Tool and the Lingual Frenulum Evaluation Protocol for Infants were the instruments used. Sociodemographic data were also recorded. The two ankyloglossia diagnostic methods were compared using the McNemar test, obtaining the kappa agreement value and the confidence interval. Results: Ankyloglossia was present in 4.8% when diagnosed with the Bristol Tongue Assessment Tool, and in 17.0% with the Tongue-Tie Test. Regarding sex, 53.1% of the newborns were males and 46.9% were females; however, there was no association between ankyloglossia and the newborn’s sex in either of the assessment methods. Conclusion: The ankyloglossia diagnosis in newborns varied depending on the assessment instrument used.

Keywords

Lingual Frenum; Newborn; Diagnosis; Breastfeeding; Prevalence

Referências

1. Ricke LA, Baker NJ, Madlon-Kay DJ, Defor TA. Newborn tongue-tie: prevalence and effect on breast-feeding. J Am Board Fam Pract. 2005;18(1):1- 7. http://dx.doi.org/10.3122/jabfm.18.1.1. PMid:15709057.

2. Ngerncham S, Laohapensang M, Wongvisutdhi T, Ritjaroen Y, Painpichan N, Hakularb P, et al. Lingual frenulum and effect on breastfeeding in Thai newborn infants. Paediatr Int Child Health. 2013;33(2):86-90. http://dx.doi. org/10.1179/2046905512Y.0000000023. PMid:23925281.

3. Francis DO, Krishnaswami S, McPheeters M. Treatment of ankyloglossia and breastfeeding outcomes: a systematic review. Pediatrics. 2015;135(6):e1458- 66. http://dx.doi.org/10.1542/peds.2015-0658. PMid:25941303.

4. Fujinaga CI, Chaves JC, Karkow IK, Klossowski DG, Silva FR, Rodrigues AH. Frênulo lingual e aleitamento materno: estudo descritivo. Audiol Commun Res. 2017;22(0):e1762. http://dx.doi.org/10.1590/2317-6431- 2016-1762.

5. Knox I. Tongue tie and frenotomy in the breastfeeding newborn. Neoreviews. 2010;11(9):e513-9. http://dx.doi.org/10.1542/neo.11-9-e513.

6. Billington J, Yardley I, Upadhyaya M. Long-term efficacy of a tongue tie service in improving breast feeding rates: a prospective study. J Pediatr Surg. 2018;53(2):286-8. http://dx.doi.org/10.1016/j.jpedsurg.2017.11.014. PMid:29248165.

7. Pransky SM, Lago D, Hong P. Breastfeeding difficulties and oral cavity anomalies: the influence of posterior ankyloglossia and upper-lip ties. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2015;79(10):1714-7. http://dx.doi.org/10.1016/j. ijporl.2015.07.033. PMid:26255605.

8. Puapornpong P, Raungrongmorakot K, Mahasitthiwat V, Ketsuwan S. Comparisons of the latching on between newborns with tongue-tie and normal newborns. J Med Assoc Thai. 2014;97(3):255-9. PMid:25123003.

9. Ito Y. Does frenotomy improve breast-feeding difficulties in infants with ankyloglossia? Pediatr Int. 2014;56(4):497-505. http://dx.doi.org/10.1111/ ped.12429. PMid:24978831.

10. Power RF, Murphy JF. Tongue-tie and frenotomy in infants with breastfeeding difficulties: achieving a balance. Arch Dis Child. 2015;100(5):489-94. http://dx.doi.org/10.1136/archdischild-2014-306211. PMid:25381293.

11. Venancio SI, Toma TS, Buccini GS, Sanches MT, Araújo CL, Figueiró MF. Anquiloglossia e aleitamento materno: evidências sobre a magnitude do problema, protocolos de avaliação, segurança e eficácia de frenotomia: parecer técnico científico. São Paulo: Instituto de Saúde; 2015.

12. Kumar RK, Prabha PCN, Kumar P, Patterson R, Nagar N. Ankyloglossia in infancy: an Indian experience. Indian Pediatr. 2017;54(2):125-7. http:// dx.doi.org/10.1007/s13312-017-1014-5. PMid:28285282.

13. Ferrés-Amat E, Pastor-Vera T, Rodriguez-Alessi P, Ferrés-Amat E, Mareque-Bueno J, Ferrés-Padró E. The prevalence of ankyloglossia in 302 newborns with breastfeeding problems and sucking difficulties in Barcelona: a descriptive study. Eur J Paediatr Dent. 2017;18(4):319-25. PMid:29380619.

14. Martinelli RL, Marchesan IQ, Berretin-Felix G. Protocolo de avaliação do frênulo lingual para bebês: relação entre aspectos anatômicos e funcionais. Rev CEFAC. 2013;15(3):599-610. http://dx.doi.org/10.1590/S1516- 18462013005000032.

15. Araujo MDCM, Freitas RL, Lima MGS, Kozmhinsky VMDR, Guerra CA, Lima GMS, et al. Evaluation of the lingual frenulum in newborns using two protocols and its association with breastfeeding. J Pediatr. 2020;96(3):379- 85. http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2018.12.013. PMid:31029684.

16. Fraga MRBA, Barreto KA, Lira TCB, Menezes VA. Is the occurrence of ankyloglossia in newborns associated with breastfeeding difficulties? Breastfeed Med. 2020;15(2):96-102. http://dx.doi.org/10.1089/bfm.2019.0199. PMid:31916855.

17. Ingram J, Johnson D, Copeland M, Churchill C, Taylor H, Emond A. The development of a tongue assessment tool to assist with tongue-tie identification. Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed. 2015;100(4):F344-9. http://dx.doi.org/10.1136/archdischild-2014-307503. PMid:25877288.

18. Martinelli RLC, Marchesan IQ, Rodrigues AC, Berretin-Felix G. Protocolo de avaliação do frênulo da língua em bebês. Rev CEFAC. 2012;14(1):138- 45. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462012000100016.

19. Martinelli RLC, Marchesan IQ, Lauris JR, Honório HM, Gusmão RJ, Berretin-Felix G. Validation of the Lingual Frenulum Protocol for infants. Int J Orofacial Myology. 2016;42:5-13.

20. Martinelli RLC, Marchesan IQ, Lauris JR, Honório HM, Gusmão RJ, Berretin-Felix G. Validade e confiabilidade da triagem: “teste da linguinha. Rev CEFAC. 2016;18(6):1323-31. http://dx.doi.org/10.1590/1982- 021620161868716.

21. SBFa: Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. Cartilha do Teste da Linguinha: para mamar, falar e viver melhor. São José dos Campos: Pulso Editorial; 2014. [citado em 2019 Out 8]. Disponível em: https://www.sbfa. org.br/fono2014/pdf/testelinguinha_2014_livro.pdf

22. Covolan MTM. Anquiloglossia, desafios no diagnóstico e impacto no aleitamento materno exclusivo [dissertação]. Bauru: Universidade do Sagrado Coração; 2018.

23. Martinelli RLC, Marchesan IQ, Honório HM, Berretin-Felix G. Tendency of tongue positioning during crying in infants with and without lingual frenulum alteration. Int J Dev Res. 2018;08(11):24310-2.

24. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. II Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal [Internet]. Brasília: Editora do Ministério da Saúde; 2009 [citado em 2019 Maio 4]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pesquisa_ prevalencia_aleitamento_materno.pdf

25. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Nota técnica nº 35/2018. Orientar profissionais e estabelecimentos de saúde sobre a identificação precoce da anquiloglossia em recém-nascidos, como também estabelecer o fluxo de acompanhamento dos lactentes diagnosticados com anquiloglossia na rede de atenção à saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2018 [citado em 2019 Maio 4]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ anquiloglossia_ministerio_saude_26_11_2018_nota_tecnica_35.pdf

26. Lisonek M, Liu S, Dzakpasu S, Moore AM, Joseph KS. Changes in the incidence and surgical treatment of ankyloglossia in Canada. Paediatr Child Health. 2017;22(7):382-6. http://dx.doi.org/10.1093/pch/pxx112. PMid:29479253.

27. González Jiménez D, Costa Romero M, Riaño Galán I, González Martínez MT, Rodríguez Pando MC, Lobete Prieto C. Prevalence of ankyloglossia in newborns in Asturias (Spain). An Pediatr. 2014;81(2):115-9. PMid:24286885.

28. Lima CB, Maranhão VF, Botelho KVG, Santos VE Jr. Avaliação da anquiloglossia em neonatos por meio do teste da linguinha: um estudo de prevalência. RFO. 2017;22(3):294-7.

29. SBFa: Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. ABRAMO: Associação Brasileira de Motricidade Orofacial. Parecer do departamento de motricidade orofacial da sociedade brasileira de fonoaudiologia e da associação brasileira de motricidade orofacial [Internet]. Campinas: ABRAMO; 2018 [citado em 2018 Jul 24]. Disponível em: http://www.abramofono.com.br/ wp-content/uploads/2019/03/2018 Parecer_Bristol_SBFa_ABRAMO_25- DE-JULHO_finalizado-1.pdf

30. Araujo MDCM, Freitas RL, Lima MGS, Kozmhinsky VMDR, Guerra CA, LimaGMS, et al. Evaluation of the lingual frenulum in newborns using two protocolsand its association with breastfeeding. J Pediatr. 2019 Apr 25. pii: S0021-7557(18)30836-2. doi: 10.1016/j.jped.2018.12.013.


Submetido em:
19/08/2019

Aceito em:
25/03/2020

60c50a64a9539548ae2609a3 codas Articles

CoDAS

Share this page
Page Sections