Protocolo MMBGR - acurácia diagnóstica do exame clínico em lactentes
MMBGR protocol – diagnostic accuracy of clinical examination in infants
Anna Luiza dos Santos Matos; Giédre Berretin-Felix; Íkaro Daniel de Carvalho Barreto; Ricardo Queiroz Gurgel; Andréa Monteiro Correia Medeiros
Resumo
Objetivo: Apresentar acurácia diagnóstica do Protocolo de Avaliação Miofuncional Orofacial MMBGR Lactentes e Pré-escolares, faixa etária de seis a 23 meses. Método: Validação da acurácia diagnóstica, com amostra por conveniência. Analisadas imagens de 76 participantes, por trio de fonoaudiólogos especialistas, de modo individual e separadamente, sendo considerada válida concordância entre dois deles. Utilizado formulário eletrônico quanto aos domínios do exame miofuncional orofacial, Distúrbio Miofuncional Orofacial (DMO) e necessidade de encaminhamentos. Foram comparadas as respostas dos fonoaudiólogos que emitiram pareceres baseados na experiência clínica, sem utilizar o protocolo (padrão ouro) com àquelas emitidas por fonoaudiólogos utilizando o Protocolo (teste índice). Utilizado método Receiver Operating Characteristic Curve (ROC), atribuídos pontos de corte e obtidos valores de sensibilidade e especificidade; software R Core Team 2022. Resultados: Para lactentes de seis a 11 meses a acurácia diagnóstica é não ideal para estruturas e funções orofaciais e DMO, e razoável para tônus; em lactentes entre 12 e 23 meses, acurácia é razoável para estruturas e funções orofaciais, tônus, e ideal para DMO. O ponto de corte para DMO é 9 (seis a 11 meses) e 14 (12 a 23 meses). A acurácia é razoável quanto aos encaminhamentos multidisciplinares. Conclusão: Protocolo de Avaliação Miofuncional Orofacial MMBGR – Lactentes e Pré-escolares, quando analisado por meio de fotos e vídeos, é acurado para lactentes entre seis a 11 meses somente quanto ao tônus; e para lactentes de 12 a 23 meses em todos os domínios do exame, sendo ideal para diagnosticar DMO. Mostrou-se razoável quanto à necessidade de encaminhamentos multidisciplinares.
Palavras-chave
Abstract
Purpose: To present the diagnostic accuracy of the clinical examination with scores, the Orofacial Myofunctional Evaluation Protocol MMBGR for Infants and Preschoolers, for the age group of six to 23 months. Methods: Diagnostic accuracy validation using a convenience sample. Images from 76 participants were analyzed by groups of three speech-language pathologists, who individually and separately assessed the images, with agreement between two of them considered valid. An electronic form was used to assess the domains of the orofacial myofunctional evaluation, Orofacial Myofunctional Disorder (OMD), and the need for referrals. The responses of speech-language pathologists who provided opinions based on clinical experience, without using the protocol (gold standard), were compared with those provided by speech-language pathologists who used the protocol (index test). The Receiver Operating Characteristic Curve (ROC) method was employed, and cut-off points were assigned using the R Core Team (2022) software, yielding sensitivity and specificity values. Results: For infants aged six to 11 months, diagnostic accuracy was not ideal for orofacial structures, orofacial functions, and Orofacial Myofunctional Disorder (OMD), but reasonable for tone (70%). For infants aged 12 to 23 months, accuracy was reasonable for most domains— orofacial structures, orofacial functions, tone—and ideal for OMD (88.9%). The OMD cut-off point is 9 (for ages 6 to 11 months) and 14 (for ages 12 to 23 months). Accuracy was reasonable for multidisciplinary referrals but not ideal for speech-language pathology referrals. Conclusion: The Orofacial Myofunctional Evaluation Protocol MMBGR for Infants and Preschoolers, when analyzed through photos and videos, is accurate for assessing infants aged six to 11 months only in terms of tone; and for infants aged 12 to 23 months, it is accurate across all exam domains, being ideal for diagnosing OMD. The instrument is reasonable for determining the need for multidisciplinary referrals in infants.
Keywords
References
1Brasil BC, Gomes E, Teixeira MRF. O ensino de Fonoaudiologia no Brasil: retrato dos cursos de graduação. Trab Educ Saúde. 2019;17(3):e0021443. http://doi.org/10.1590/1981-7746-sol00214
» http://doi.org/10.1590/1981-7746-sol00214
2Martins R, Freitas P, Carvalho O, Pascoinho J. Intervenção precoce: práticas e representações. Rev Educ Especial. 2018;31(62):495. http://doi.org/10.5902/1984686X28819
» http://doi.org/10.5902/1984686X28819
3Brasil. Conselho Federal de Fonoaudiologia. Resolução CFFa no 414, de 12 de maio de 2012. Dispõe sobre a competência técnica e legal específica do fonoaudiólogo no uso de instrumentos, testes e outros recursos na avaliação, diagnóstico e terapêutica dos distúrbios da comunicação humana, e dá outras providências [Internet]. 2012. Disponível em: https://www.fonoaudiologia.org.br/resolucoes/resolucoes_html/CFFa_N_414_12.htm
» https://www.fonoaudiologia.org.br/resolucoes/resolucoes_html/CFFa_N_414_12.htm
4Medeiros AMC, Nobre GRD, de Carvalho Barreto ÍD, de Jesus EMS, Folha GA, dos Santos Matos AL, et al. Expanded Orofacial Myofunctional Evaluation Protocol with Scores (expanded-OMES) for nursling infants (6-24 Months). CoDAS. 2021;33(2). http://doi.org/10.1590/2317-1782/20202019219 PMid:34008774.
» http://doi.org/10.1590/2317-1782/20202019219
5Medeiros AMC, Marchesan IQ, Genaro KF, Barreto ÍDC, Berretin-Felix G. MMBGR Protocol – Infants and Preschoolers: Myofunctional Orofacial Clinic Examination. CoDAS. 2022;34(5):e20200325. http://doi.org/10.1590/2317-1782/20212020325 PMid:35475847.
» http://doi.org/10.1590/2317-1782/20212020325
6Medeiros AMC, Marchesan IQ, Genaro KF, de Carvalho Barreto ÍD, Berretin-Felix G. MMBGR Protocol - infants and preschoolers: Instructive and Orofacial Myofunctional Clinical History. CoDAS. 2022;34(2):e20200324. http://doi.org/10.1590/2317-1782/20212020324 PMid:35019077.
» http://doi.org/10.1590/2317-1782/20212020324
7Medeiros AMC, Assis HS, Alves MVM, Silva Santana YF, Silva-Filho WJ, Barreto ÍDC, et al. Orofacial myofunctional aspects of nursing infants and preschoolers. Int Arch Otorhinolaryngol. 2023;27(4):e680-6. http://doi.org/10.1055/s-0042-1759576 PMid:37876700.
» http://doi.org/10.1055/s-0042-1759576
8Madeiro JR Jr, Silva JL, Sales ACV, Souza ES. Validação de conteúdo para um instrumento para avaliação de estudantes de Medicina em sessões tutoriais. Rev Bras Educ Med. 2021;45(3):e130. http://doi.org/10.1590/1981-5271v45.3-20200017
» http://doi.org/10.1590/1981-5271v45.3-20200017
9Gardona RGB, Barbosa DA. The importance of clinical practice supported by health assessment tools. Rev Bras Enferm. 2018;71:1815-6. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018710401
» https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018710401
10Cardoso TT, Luchesi KF. As dificuldades no atendimento aos indivíduos com doenças neurodegenerativas: o fonoaudiólogo e a equipe multiprofissional. Audiol Commun Res. 2019:e2063. https://doi.org/10.1590/2317-6431-2018-2063
» https://doi.org/10.1590/2317-6431-2018-2063
11Freitas NC, Conceição AP. Acurácia dos diagnósticos de enfermagem de uma instituição de cardiologia. Rev Enferm UFPE on line. 2018;12(10):2727-36. http://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i10a234595p2727-2736-2018
» http://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i10a234595p2727-2736-2018
12Oliveira GM, Camargo FT, Gonçalves EC, Duarte CVN, Guimarães CA. Revisão sistemática da acurácia dos testes diagnósticos: uma revisão narrativa. Rev Col Bras Cir. 2010;37(2):153-6. http://doi.org/10.1590/S0100-69912010000200013
» http://doi.org/10.1590/S0100-69912010000200013
13Pernambuco L, Espelt A, Magalhães HV, de Lima KC. Recommendations for elaboration, transcultural adaptation and validation process of tests in Speech, Hearing and Language Pathology. CoDAS. 2017;29(3):e20160217. http://doi.org/10.1590/2317-1782/20172016217 PMid:28614460.
» http://doi.org/10.1590/2317-1782/20172016217
14Alves ÂSA, Pessoa LSF, de Vasconcelos ML. O sistema estomatognático no neonato e na infância. In: Silva HJ, Tessitore A, Motta AR, Cunha DA, Bérretin-Felix GMI, organizadores. Tratado de motricidade orofacial. São José dos Campos: Pulso Editorial; 2019. p. 115-24.
15Andrade AJL, Celeste LC, Alves LM. Characterization of reading fluency in elementary school students. Audiol Commun Res. 2019;24:e1983. http://doi.org/10.1590/2317-6431-2018-1983
» http://doi.org/10.1590/2317-6431-2018-1983
16Souza WV, Araújo TVB, Albuquerque MFPM, Braga MC, Ximenes RAA, Miranda-Filho DB, et al. Microcefalia no Estado de Pernambuco, Brasil: características epidemiológicas e avaliação da acurácia diagnóstica dos pontos de corte adotados para notificação de caso. Cad Saude Publica. 2016;32(4):e00017216. http://doi.org/10.1590/0102-311X00017216 PMid:27143306.
» http://doi.org/10.1590/0102-311X00017216
17Santos de Jesus EM, Onozato T, Cardoso AV, Santana RS, Santos AS, Silva DT, et al. Development and validation of a hospital pharmaceutical services assessment tool. Rev Bras Farm Hosp Serv Saúde São Paulo. [Internet]. 2015 [citado em 2024 Out 4];6(4):6-11. Disponível em: https://rbfhss.org.br/sbrafh/article/view/237
» https://rbfhss.org.br/sbrafh/article/view/237
18Martinelli RLC, Marchesan IQ, Lauris JR, Honório HM, Gusmão RJ, Berretin-Felix G. Validade e confiabilidade da triagem: “teste da linguinha. Rev CEFAC. 2016;18(6):1323-31. http://doi.org/10.1590/1982-021620161868716
» http://doi.org/10.1590/1982-021620161868716
19Trifonova OP, Lokhov PG, Archakov AI. Metabolic profiling of human blood. Biomed Khim. 2014;60(3):281-94. http://doi.org/10.18097/pbmc20146003281 PMid:25019391.
» http://doi.org/10.18097/pbmc20146003281
20Klein D, Justino H, Marchesan IQ, Andrade I, Brasil L, Pinto M, et al. Avaliação em motricidade orofacial. Discussão de casos clínicos. Vol. 1. São José dos Campos: ABRAMO - Associação Brasileira de Motricidade Orofacial; 2013.
21Santos MEA, Quintão NT, Almeida RX. Avaliação dos marcos do desenvolvimento infantil segundo a estratégia da atenção integrada às doenças prevalentes na infância. Esc Anna Nery. 2010;14(3):591-8. http://doi.org/10.1590/S1414-81452010000300022
» http://doi.org/10.1590/S1414-81452010000300022
22Medeiros A, Barreto I, Berretin-Felix G. O uso do Protocolo MMBGR - Lactentes e pré-escolares no exame clínico da motricidade orofacial em pré-escolar. In: Silva HJ, Tessitore A, Motta AR, Cunha DA, Berretin-Felix G, Marquesan IQ, et al., organizadores. Discutindo casos clínicos em motricidade orofacial. São José dos Campos: Pulso Editorial; 2020. p. 27-35.
23Medeiros AMC, Medeiros M. Avaliação fonoaudiológica. In: Medeiros AMC, Medeiros M. Motricidade orofacial: inter-relação entre fonoaudiologia e odontologia. São Paulo: Lovise; 2006. 118 p.
24Chedid SJ, Cattoni DM, Medeiros AMC. Exame Clínico Orofacial nos primeiros anos de vida - Avaliação da Fonoaudiologia e da Odontopediatria. In: Chedid SJ. Prevenção de maloclusão no bebê: monitoramento do desenvolvimento crânio facial desde a gestação. Nova Odessa: Editora Napoleão Ltda; 2022. p. 209-19.
25Zeppone SC, Volpon LC, Del Ciampo LA. Monitoramento do desenvolvimento infantil realizado no Brasil. Rev Paul Pediatr. 2012;30(4):594-9. http://doi.org/10.1590/S0103-05822012000400019
» http://doi.org/10.1590/S0103-05822012000400019
26Berti LC, Bragato SGR, Silva LM, Marino VCC. Aplicabilidade da ultrassonografia de língua na Motricidade Orofacial. In: Silva HJ, Tessitore A, Motta AR, Cunha DA, Berretin-Felix G, Marchesan IQ, organizadores. Tratado de motricidade orofacial. São José dos Campos: Pulso Editorial; 2019. p. 401-12.
27Andrade RA, Almeida ANS, Mulatinho MECP, Santos ENF, Pernambuco LA, Berti LC, et al. Avaliação ultrassonográfica da deglutição: um protocolo de revisão de escopo. Rev CEFAC. 2023;25(4):e0523. http://doi.org/10.1590/1982-0216/20232540523s
» http://doi.org/10.1590/1982-0216/20232540523s
Submitted date:
10/04/2024
Accepted date:
04/02/2025


